O tempo
O tempo, grande carrasco,
deixa marcas na gente.
Pele fenecendo,
cabelo encanecendo,
enfraquecem os olhos,
já não vemos do mesmo jeito
Memória inconsequente
não nos deixa pensar direito.
Pernas bambas,
juntas tornam-se dormentes.
Lembranças sumindo,
rugas se alastrando,
o frescor da pele roubando.
Lábios murchando,
sorriso não é como antes
vão caindo os dentes.
Remédio é dentadura
ou então, implante.
Essa é a tal velhice,
para onde ele nos empurrou
contra nossa própria vontade.
O tempo acaba com a gente por fora,
mas a alma não é tocada.
Podemos ser velhos por fora,
mas lá, bem no fundo,
juventude inda faz morada.
* * * *
Antonia NeryVanti (Vyrena)
Enviado por Antonia NeryVanti (Vyrena) em 16/06/2011
Alterado em 03/09/2020