Nada mais sou
Sou o entardecer da vida
Sou flor que aos poucos vai murchando
Sou joia perdendo o brilho.
Sou a beleza se desfazendo
Em pele repleta de rugas.
Sou ave que parte sem destino
Seu gorjeio perdeu-se no tempo.
Sou vento que balança os ramos
Da esperança já meio perdida.
Sou o rio desaguando no infinito
Onde se esconde o grito da dor da despedida
Sou planta que já perdeu as raízes
E vai, aos poucos definhando
E, finalmente desaparece,
Misturando-se à terra que a recebeu.
Sou a árvore que já não dá mais frutos,
Nem sombra mais oferece.
Sou um arremedo do que fui ontem.
Meu tempo não tem mais tempo
Para contar louros e vitórias.
Já se encaminha para outros rumos,
Onde viverá diferentes histórias.
Antonia NeryVanti (Vyrena)
Enviado por Antonia NeryVanti (Vyrena) em 30/09/2017
Alterado em 28/01/2018