“Quando ando pelas ruas, observo os transeuntes, que se cruzam indiferentes, Como robôs num desfile.
Nem se dão conhecimento. Uns tristes, cabisbaixos, outros sorrindo para o nada. Com certeza a felicidade os acompanha na caminhada.
Fico imaginando o que estarão pensando, o que os leva a andar a passos largos, sem prestar atenção a quem caminha a seu lado.
A multidão vai aumentando. Alguns andam em grupos barulhentos, Outros caminham abraçados, falando baixinho, por certo são namorados, amantes ou casados.
Uns correm, apressados, quem sabe compromissos atrasados.
O certo que ninguém presta atenção em ninguém.
Só eu, andando devagar, fico atenta às minúcias do que acontece a meu redor.
Sou também um deles, pois só meus olhos se movem de um lado para outro, á procura de algo diferente. A boca cerrada, sem pronunciar uma palavra. Falar com quem? Se ninguém me dá atenção. Nem sabem que existo perdida na multidão.”
Antonia NeryVanti (Vyrena)
Enviado por Antonia NeryVanti (Vyrena) em 22/10/2017
Alterado em 04/10/2020