Debaixo da ponte
Vejo-te, ó menino,
debaixo da ponte, vivendo
em meio a trouxas de roupa suja
e do lixo que água amontoa.
Vejo-te a banhar-se
na água poluída e imunda
que desliza junto a tua morada.
Vejo-te a remexer o lixo imundo
à procura de alimento
e, quando o encontras,
abre-se em tua face um sorriso
de dentes carcomidos.
Vives no abandono
jogado sem destino na vida.
teus pais, quem serão?
Foste jogado à própria sorte
e aprendeste a sobreviver.
Até quando?
Antonia NeryVanti (Vyrena)
Enviado por Antonia NeryVanti (Vyrena) em 29/05/2020
Alterado em 11/09/2020