Inocência Nua
O vento gelado,
da esquina, espia
o menino de rua
encolhido na calçada,
coberto apenas pela lua.
Com olhos de cobiça,
sorrateiro se aproxima,
e, sem dó, sem piedade,
atira-se
sobre a inocência
quase nua.
A pele arrepia
mas os olhos cansados
continuam cerrados
sonhando, quem sabe
com um prato de comida,
um carinho
uma guarida.
Antonia NeryVanti (Vyrena)
Enviado por Antonia NeryVanti (Vyrena) em 01/06/2020
Alterado em 17/04/2021