Grande poeta meu conterrâneo, que tive o grande prazer e alegria de sentar- me a e seu lado na Praça da Alfândega, aqui, em Porto Alegre, onde ele costumava ficar.
Ia passando por ali, quando o avistei. Como vi que estava sozinho, criei coragem e me aproximei.
Posso sentar-me a seu lado do grande poeta Mário Quintana?
Guria... Que grande ? Não estás vendo meu tamanho?
Grande por dentro, nobre poeta, falei.
O Senhor respira poesia, todos nós sabemos.
Até estou sentindo um perfume diferente. Deve ser de sua inspiração.
Ele, com sua simpatia, sorriu e disse:
Tu também, guria, está começando a rescender poesia.
Eu??? Nem sei escrever poesia...
Mas vais escrever! Guarda o que te digo. (naquela época eu ainda não tinha começado a escrever. Nem tinha pensado nisso). Ele me incentivou)
Que pena Sr. Poeta mas tenho que ir.
Quem sabe outro dia a gente se encontra aqui.
Mas nunca mais nos encontramos.
Logo depois desse dia, soube que ele tinha partido.
Foi muito triste.
Mas ele deve continuar respirando poesia e espalhando seu perfume, pelo céu.
Antonia Nery Vanti
Foto de Mario Quintana