COISAS DO DESTINO

1ª PARTE

Chris e Renata eram vizinhos desde crianças. Viviam no mesmo condomínio  e seus pais eram como irmãos. Também amigos desde a infância.

Chris, dois anos mais velho que Renata, considerava-se seu protetor e também seu namorado.

Ele dizia: - Quando crescermos, vamos nos casar, Renata.

Ela, balançando a cabecinha de cabelos loiros encaracolados, concordava.

Eram inseparáveis.

Mas, o destino interpôs-se em suas vidas e em seus planos.

O pai de Chris, que era militar, foi transferido para o outro extremo do país.

As crianças choraram desesperados com a separação.

Abraçaram-se na despedida e prometeram, um não esquecer do outro.

Mais tarde os pais de Renata foram morar no exterior, onde já viviam outros parentes.

Assim foram-se passando os anos... Renata formou-se em enfermagem, casou-se e teve uma filha também loira de cabelos encaracolados, a qual deu o nome de Christiane, em homenagem a Chris, seu primeiro amor, cuja lembrança ela guardava no fundo da memória .

Logo após o nascimento da menina, seu marido, faleceu de um mal súbito.

Viúva, Renata, que já havia perdido os pais, voltou para o Brasil, com a filha.

Chris  também havia se casado e ficara viúvo, e com um filho adolescente , Renato, alguns anos mais velho que Christiane.

2ª PARTE

Como a vida continua, o tempo também andou a passos rápidos.

Logo, Christiane, já frequentava a faculdade, cursando arquitetura. E quis o destino que nessa mesma faculdade, Renato, cursasse engenharia.

Um dia, no refeitório, ele se chocaram enquanto serviam seus pratos.

-Desculpa, loirinha, disse Renato, foi sem querer.

-Para mostrar que me perdoa, vem sentar comigo? Assim, vamos nos conhecendo e você decide se vale ou não a pena perdoar.

Os dois riram, pegaram seus pratos e foram para a mesma mesa.

Daí por diante, eles sentavam sempre na mesma mesa... Andavam juntos nos intervalos das aulas, quando esses coincidiam.

Em pouco tempo, passeavam de mãos dadas e nos finais de semana, se encontravam para um sorvete, ou um café. Tornaram-se inseparáveis.

Renata, logo notou algo diferente na filha.

O que está havendo filhinha? Você está diferente. Eu a vejo sorrindo sozinha e não desgruda do celular. Me conta?

-Ah, mamãe, é segredo, não posso contar .

Renata tanto insistiu que ela desabafou.

-Sabe mamãe... Acho que estou apaixonada! O nome dele é Renato e está na Engenharia.

Toma cuidado , filhinha! Você conhece os pais dele?

-- Ainda não mamãe, mas sei que ele só tem o pai. Sua mãe faleceu quando ele era criança. O pai, como você, nunca mais se casou... Parece que ainda recorda um amor que teve na infância...

"Renata, pensou, com seus botões: interessante, isso também acontece comigo..."

Mas, sabe, mamãe, ele quer que a gente se encontre, para um jantar, você o pai , eu e ele.

o que você acha? Assim você poderá julgar por si mesma se eles são ou não boa gente.

-Vou pensar, filhinha, não sou muito de sair, você sabe, inda mais jantar com estranhos.

- Pensa logo, mãezinha, estou doidinha pra conhecer "meu sogro."

Um dia, Renata , chamou Chris e disse: - Sabe, filhinha, já que você tanto deseja, eu vou com você a esse jantar a quatro. Pode marcar com o seu Renato. ( Tomara que eu

não me arrependa, pensou Renata).

Nesse meio tempo, Renato, havia falado ao pai sobre Christiane e, como queria que ele a conhecesse. Estava apaixonado, até pensando em ficar noivo e, depois da formatura, dentro de um ano, casar-se com ela.

Christiano, concordou, pois achava que o filho, que ficara muito infeliz com a perda da mãe, merecia ir ao encontro de seu sonho.

E, foi ele, Christiano, quem teve a ideia do jantar.

- Então, filho, vamos reunir as famílias num jantar . Quero conhecer logo minha futura nora. O que mais desejo é que você seja feliz!

-Pai, o que você acha de um jantar no dia de seu aniversário, no sábado, daqui a duas semanas?

Vamos reservar no Restaurante das Camélias, que é um ambiente lindo e acolhedor e também romântico.

-Concordo filho, a ocasião merece

_ Estou pensando em pedi-la em casamento à mãe, nesse mesmo dia. Já comprei até o anel de noivado.

-Eita filho apressado!!! kkkkk Está mesmo apaixonado!

E, assim ficou combinado, só faltava avisar Christiane.

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3ª PARTE

No dia previsto para o jantar, Christiane acordou eufórica, rindo para o nada. A felicidade brilhava em seus olhos azuis.

Arrastou a mãe para um salão de beleza, de onde saíram as duas como beldades cinematográficas.

Á noite com lindos vestidos, comprados com as economias de Renata, ela receberam Renato, que chegou sorrindo e se apresentou à futura sogra com mesuras, abraços e beijinhos.

Renata encantou-se com sua delicadeza e educação.

Saíram, os três conversando alegremente e entraram no moderníssimo carro de Renato.

Dirigiram-se ao restaurante das Camélias. Ao se aproximarem, viram Christiano que os esperava na porta.

-Olá, boa noite, sou Christiano Venturini, o pai de Renato, muito prazer, sejam bem-vindas!

Renata, ficou pálida e desmaiou nos braços da filha.

O que aconteceu com ela, para ela ficar assim, perguntaram-se...

-Dona Renata! Dona Renata, acorde!

Renata????!!!! Disse Christiano. A Renata, que conheci quando menino, meu Deus, como o mundo é pequeno.

Nesse momento Renata acordou . Então Christiano a abraçou e disse: Sou eu mesmo, Renata.

-Nunca a esqueci, tanto que até coloquei o nome de meu filho, Renato, que lembrava o seu.

-Nem eu esqueci de você Christiano, por isso chamei minha filha de Christiane.

-A vida nos separou e agora voltou a nos reunir através de nossos filhos.

Abraçaram-se e desandaram a chorar...

Renato e Christiane , boquiabertos, não sabiam o que acontecia.

Então, eles entraram, e depois de se acomodarem, contaram sua história aos filhos.

Todos se abraçaram felizes com essa coincidência.

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Você, leitor, já deve ter imaginado o final da história..

Pois é isso mesmo que você imaginou. Renata casou-se com Christiano e Renato com Christiane, no mesmo dia e na mesma igreja..

O destino que havia separado os pais reuniu-os outra vez, através dos filhos

Assim é a vida, num dia é Madrasta, no outro Fada Madrinha.....

Antonia Nery Vanti (Vyrena)

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