ANINHA NA CIDADE GRANDE

Depois de um desentendimento no formigueiro, Aninha colocou sua mochilinha nas costas e saiu decidida a explorar o mundo fora da floresta. Caminhou por horas até chegar a um lugar barulhento, cheio de luzes piscantes e enormes construções: a cidade grande!

Logo percebeu que tudo era muito diferente. As ruas eram quentes e lisas, não havia folhas frescas nem cheiros familiares. Aninha viu uma montanha de farelos caídos no chão e correu para pegar um pouco, mas antes que pudesse carregar qualquer coisa, um imenso pé humano quase a esmagou!

Assustada, ela correu e acabou entrando em uma confeitaria. O cheiro doce fez seu estômago roncar. Havia pedaços de bolo, açúcar espalhado e farelos de biscoito. "Aqui é o paraíso!", pensou. Mas, antes que pudesse pegar algo, ouviu um grito:

— Uma formiga!

De repente, uma vassoura veio em sua direção. Aninha correu o mais rápido que pôde e encontrou um buraquinho na parede para se esconder. Lá dentro, conheceu um pequeno grupo de formigas da cidade.

— Você não é daqui, né? — perguntou uma delas, chamada Fifi.

Aninha explicou sua história, e as formigas da cidade a acolheram por um tempo. Juntas, elas planejavam missões ousadas para buscar comida nos mercados e padarias. No começo, Aninha achava tudo divertido, mas logo percebeu que a cidade era perigosa demais.

Sentia falta do seu formigueiro, das amigas, da segurança da floresta. Um dia, depois de quase ser pega em uma lata de refrigerante, tomou uma decisão: voltaria para casa! Com a ajuda das novas amigas, pegou um atalho por um parque e, depois de uma longa jornada, finalmente reencontrou seu formigueiro.

Ao chegar, percebeu que todos estavam preocupados com ela. Foi recebida com abraços e sorrisos.

— A cidade é incrível — contou Aninha —, mas não há lugar melhor do que nossa casa!

E, assim, a formiguinha aprendeu que, apesar das aventuras, seu lar sempre seria seu lugar especial.

Antonia Nery Vanti (Vyrena)

Direitos autorais reservados®

Imagem de Vyrena