O ADEUS À POESIA
Guardei a pena, fechei o caderno,
O verbo calou-se no peito silente.
O adeus chegou num suspiro terno,
Como outono que passa, docemente.
Já não me chamam rimas nem ventura,
Nem madrugadas bordadas de cor.
A poesia, antes chama tão pura,
Partiu-se em névoas, em sombras, em dor.
Fui sua casa, fui sua estrada,
Em mim morou, dançou, gritou, sorriu.
Agora vai, de alma alada,
Deixando um eco que nunca partiu.
Que fique aqui, singela despedida:
Meu último poema... é só mais vida.
Adeus, poesia — luz que me guia,
Mesmo ausente, és eterna em meu dia.
Antonia Nery Vanti (Vyrena)
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Enviado por Antonia NeryVanti (Vyrena) em 27/05/2025
Alterado em 27/05/2025